sábado, setembro 09, 2006







(desembarque na Praia de Pampelido)

A Maia e a Revolução Liberal de 1820

… Foi, aliás, do Brasil que um dia, chegou o primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro, Regente de Portugal em nome de D. Maria.
Ele desembarcou na Praia de Pampelido, em Terras da Maia e arvorou a bandeira do liberalismo, marchando em seguida em direcção a Pedras Rubras.
Entre 1830 e 1834, motivado pela crise de sucessão ao trono de Portugal, a Maia foi palco de sangrentas disputas entre absolutistas e liberais. Aqui se desenrolaram fatídicas e encamiçadas lutas. No solo da Maia tombaram centenas de combatentes pela causa liberal.
Por terras da Maia passaram também grandes vultos da literatura oitocentista, Eça de Queirós, Antero de Quental e Oliveira Martins.


Breve História da Maia




Seria necessário recuar muitos séculos para conhecermos a nobre história da Maia.


O Município da Maia é natural e herdeiro da antiquíssima Terra da Maia, que se estendia, nos meados do século XIII, desde a cidade do Porto, outrora limitado a breve espaço, até à margem esquerda do Rio Ave.
Aqui esteve o homem pré-histórico deixando muitos e importantes vestígios.
Por aqui se fixaram tribos galaicas, ocupando os Castros no alto dos montes. Aqui estanciaram durante muito tempo os Romanos, desenvolvendo povoados, rasgando vias e construindo necrópoles.
Mais antiga que a própria nacionalidade, a terra da Maia foi berço (como já referido anteriormente) dos Mendes da Maia, de onde se sobressaem as figuras de Paio, Arcebispo de Braga, e Gonçalo, adeantado de D. Afonso Henriques e conhecido como o “LIDADOR”, ambos figuras importantes no processo da independência de Portugal.


Em Dezembro de 1519, D. Manuel concedeu "FORAL"* ao Concelho da Maia.


A Maia é também repositório de antiguidades ligadas à própria história de Portugal. Disso são testemunho os excelentes exemplares de arquitectura religiosa existentes. De acordo com o primeiro recenseamento à população do país feito em 1527, o Concelho da Maia teria 55 freguesias e pouco menos de 2000 fogos. A população não ultrapassaria no seu total os 8 a 9 000 habitantes. Já então, Águas Santas era um povoado que se destacava com cerca de 300 habitantes. Nos inícios do século XVIII para um total de 44 freguesias, o Concelho mais que duplicava o número de fogos (4377) e teria um total de 18 000 habitantes. Em 1928, os fogos eram 6541 e o número de habitantes atingiria os 26 000. Entretanto, a grande maioria da população mantinha-se sempre ligada à agricultura tornando esta zona numa das áreas mais ricas dos arredores do Porto.Em 1855, então já só com 20 freguesias, o Concelho da Maia chegou a produzir 242 160 alqueires de milho, 23 600 alqueires de trigo, 5 867 alqueires de centeio, 276 alqueires de cevada e 2700 alqueires de castanha. Praticamente sem indústria até à segunda metade do século XIX, em 1866, aparece pela primeira vez uma fábrica de moagem de cereais, a utilizar energia hidráulica e a vapor dentro da área do Concelho (Águas Santas). Em 1880, já dois moínhos utilizavam energia a vapor, ao lado de 58 a água e um a energia eólica.


*(aforamento é a concessão de terras mediante a doação de cartas de foro, que se fazia em Portugal nos séculos XII e XIII, como medida de fomento, visando incentivar o povoamento em terras difíceis de desbravar e incrementar as culturas menos rendosas, para melhorar a condição económica das populações rurais).